No mês de novembro, as comunidades médica e urológica intensificam a campanha de conscientização e medidas de combate ao câncer de próstata, pois trata-se do segundo tumor mais frequente dos homens, ficando atrás apenas dos tumores de pele não melanoma, e tem sua incidência aumentada com a idade, principalmente após os 50 anos de idade.
Além de frequente, é o principal tumor que leva os homens à morte, contribuindo com cerca de 30% de todos os óbitos oncológicos.
A próstata é uma glândula localizada abaixo da bexiga, pesa cerca de 20g e sua principal função é a produção do sêmen. O principal fator de risco para o câncer de próstata é ter parentes de primeiro grau acometidos pela neoplasia, e ter hábitos de vida saudáveis podem ajudar na prevenção. Na grande maioria dos casos, o tumor encontra-se restrito à próstata e não causa sintomas, crescendo silenciosamente. Nos casos em que a doença avançou além dos limites prostáticos ou espalhou-se para outros órgãos, pode-se encontrar alguns sintomas como sangramento na urina, dor lombar, dor óssea ou fraturas ósseas patológicas.
A próstata é uma glândula do sistema genital masculino, localizada na frente do reto e embaixo da bexiga urinária. (Imagem: Oncoguia)
Diagnóstico e Tratamento
A principal ferramenta para combate ao câncer de próstata é o diagnóstico precoce, quando a doença está localizada apenas no órgão e as chances de cura são altas. Para tanto, utiliza-se o rastreio do câncer de próstata para identificar ativamente os casos assintomáticos na população de risco.
Atualmente, utiliza-se para o rastreio a coleta do PSA (antígeno prostático específico), um exame coletado do sangue periférico, e a realização do exame digital da próstata, toque retal, para todos os homens anualmente a partir dos 50 anos, e para aqueles com fator de risco a partir dos 45 anos.
O diagnóstico final do câncer de próstata é realizado através da realização de biópsia prostática, em que fragmentos de tecido são retirados e estudados pelo médico patologista. O comportamento do câncer de próstata é variável e dependente em grande parte da intensidade das alterações patológicas encontradas no estudo anatomopatológico. Assim sendo, encontra-se tumores com diversos graus de agressividade e potenciais de levar o paciente à morte, algo que ajuda a nortear o manejo de cada paciente.
O planejamento do tratamento do câncer de próstata é resultado de uma junção entre a agressividade do tumor, a situação clínica e comorbidades do paciente e, se a doença é localizada apenas na próstata ou espalhou-se para outros órgãos. A decisão do melhor manejo do câncer de próstata será tomada pelo urologista junto ao paciente, e pode variar entre seguimento com biópsias e exames periódicos por trata-se de um tumor muito pouco agressivo e lento no seu crescimento, ou tratamento locais, como retirada cirúrgica da próstata ou radioterapia. Na doença metastática, não há a possibilidade de cura, mas há a possibilidade do controle da progressão e sintomas com utilização de medicações que freiam a evolução do tumor.
Autores
Fernando Almeida
Professor Livre Docente e chefe da Disciplina de Urologia da Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo (EPM/Unifesp). Supervisor da Residência Médica em Urologia da EPM/Unifesp. Outras informações, clique aqui.
Tiago Silva
Médico Urologista. Preceptor didático da Residência Médica em Urologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Membro do Grupo de Uro-Oncologia da Escola Paulista de Medicina (EPM/Unifesp). Outras informações, clique aqui.